Revista Portuguesa de Gestão Contemporânea

Desafios na Empregabilidade da Pessoa com Deficiência em Moçambique – Província de Manica.

Inacio Junior — 2024-06-19

O presente artigo discute sobre os desafios da empregabilidade da pessoa com deficiência em Moçambique, particularmente, na Província de Manica, percorrendo o enquadramento teórico do termo deficiência, olhando algumas variáveis em torno do recrutamento e selecção das pessoas com deficiência. Faz-se também referência ao papel que as associações e grupos em defesa das pessoas com deficiência desempenham e que estratégias as empresas adoptam para a inclusão destas pessoas no seu quadro de pessoal. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, por meio de entrevista ao Delgado Provincial da Associação dos Cegos e Ambiopes de Moçambique – Manica e ao Gestor de Recursos Humanos da Empresa Coca-Cola Moçambique – Manica. Os resultados apontam para um desafio permanente que as Associações enfrentam na defesa dos direitos da pessoa com deficiência, sobretudo, quanto a sua empregabilidade. Constatou-se igualmente que, as empresas ainda necessitam de desenhar estratégias claras para garantir a inclusão da pessoa com deficiência para o seu quadro de pessoal.

GOVERNANÇA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FEMININO DE ALTO IMPACTO SOCIAL: O QUE ACONSELHARIA JOHN DAVIS A 20 MULHERES LÍDERES SOBRE O FUTURO DOS SEUS EMPREENDIMENTOS?

Guilherme Lima Moura — 2024-07-15

Este artigo analisa como mulheres líderes em empresas brasileiras promovem a governança e
inovação organizacional, gerando impacto social significativo nas regiões onde atuam. Utilizando
uma abordagem teórica e exploratória, o estudo examina 20 casos de sucesso e identifica os fatores
que contribuem para o destaque feminino na governança e inovação. Os resultados mostram que a
liderança feminina está associada a práticas inovadoras que impulsionam o desenvolvimento
econômico e social local. A aplicação do modelo dos três círculos de John Davis é central para
entender as dinâmicas de governança e inovação nas empresas lideradas por mulheres.

Nova Gestão Pública e Novo Serviço Público

Carla Pimenta — 2024-06-19

A Administração Pública (AP) desempenha um papel vital na história humana, as suas práticas evoluíram ao longo do tempo, refletindo valores em constante mudança. Existem três categorias principais de modelos de governação pública: os modelos tradicionais, os gestionários e os pós-gestionários.

Este estudo descritivo tem como objetivo realizar uma análise comparativa entre um modelo gestionário- a Nova Gestão Pública (NGP)e um modelo pós-gestionário- o Novo Serviço Público (NSP).

A NGP ao defender a aplicação de práticas de negócios no setor público, visando maior eficiência e responsabilização, enfrentou críticas de falta de substância, efeitos negativos na qualidade do serviço público e concentração de poder. Em contrapartida, o NSP valoriza a democracia, a responsabilidade pública e a ética na AP, promovendo uma abordagem centrada no cidadão.

A comparação entre a NGP e o NSP destaca a importância dada a diferentes valores na AP, com a NGP enfatizando a eficiência e o NSP promovendo valores democráticos e de cidadania. No entanto, a tendência atual é para uma abordagem híbrida que combina eficiência com a responsabilidade pública e a participação cívica.

O estudo comparativo entre a NGP e o NSP é relevante, pois oferece uma compreensão da evolução da gestão na AP, destacando como esses modelos aparentemente opostos podem coexistir e complementar-se para promover uma governança pública mais eficaz e centrada no cidadão. Isso é essencial para os gestores e decisores atuais enfrentarem os desafios contemporâneos da AP.

EXPLORANDO OS SIGNIFICADOS CULTURAIS DO TRABALHO NOS ESPAÇOS COLABORATIVOS

Ricardo Sérgio Gomes Vieira — 2024-07-15

Este capítulo investiga os impactos dos espaços colaborativos de trabalho na experiência laboral
contemporânea, com foco na cidade de Recife. Utilizando uma abordagem qualitativa, foram
entrevistados profissionais que frequentam coworkings na região. Os resultados destacam que esses
espaços não apenas oferecem infraestrutura compartilhada, mas também promovem um ambiente
propício à construção de identidade profissional e coletiva, à autogestão do trabalho e à colaboração
interdisciplinar. A análise evidencia a relevância dos espaços colaborativos na redefinição dos
significados do trabalho, influenciando positivamente o engajamento e a produtividade dos
profissionais. Recomenda-se a expansão do estudo para outras localizações geográficas e a
continuidade da pesquisa sobre os impactos de longo prazo desses ambientes na era digital.

Comprometimento organizacional em enfermeiros: um estudo quantitativo e transversal no Nordeste de Portugal

António Fernandes — 2024-06-19

O comprometimento organizacional (CO) envolve a lealdade, o compromisso moral e o desejo de permanecer numa organização. Os objetivos desta investigação são: determinar o nível de CO em enfermeiros das três unidades hospitalares integrantes da Unidade local de Saúde do Nordeste, Portugal; e, comparar o CO e suas dimensões (Afetiva, Calculativa e Normativa) segundo diversos fatores (idade, tipo de contrato, tempo de serviço global, tempo de serviço na mesma categoria profissional e categoria profissional). Foi desenvolvido um estudo quantitativo e transversal baseado numa amostra aleatória de 149 enfermeiros. Entre julho de 2022 e outubro de 2023 foram recolhidos os dados com recurso a um questionário online constituído por 4 seções (tema, objetivos e âmbito do estudo; consentimento informado; dados socioprofissionais; e, escala do CO validada e adaptada para Portugal). Para analisar os dados foi utilizado um software estatístico adequado à área das Ciências Humanas e Sociais. Esta análise envolveu o uso de estatísticas descritivas, análise fatorial, Alfa de Cronbach, testes de Levene, Kolmogorov-Smirnov, Shapiro-Wilk, t-Student e ANOVA One Way. Os resultados revelaram níveis médios de CO e nas suas dimensões. Ademais, os enfermeiros demonstraram níveis de comprometimento mais elevados na dimensão Calculativa comparativamente às dimensões Afetiva e Normativa. Assim, pode-se concluir que os decisores políticos e os gestores das organizações de saúde devem definir estratégias para promover e melhorar o CO dos enfermeiros. Dessa forma, conseguirão maximizar o rendimento do trabalho dos enfermeiros uma vez que estes estarão mais motivados para melhorar a qualidade dos serviços prestados.